07 dezembro, 2009

Diamante, meu.

Fada
Acredite em mim
Palavras são como as águas
Até podem ser puras
Mas se valem primeiro da grandeza de alterar estados
No caso,
O meu.

Sua queda
Meu fado, seu carinho
Minha composição, nosso zelo.

Filha da árvore mais santa, mãe da carne mais viva
O pito brasa acesso queimando o aliviado relógio cotidiano
Sendo a mulher da cantina que traga banquete e suspira meiguice
Exalando colo ao trato do patrão e o patrãozinho

A tia decorada pelo recinto arrumado
A casa bege
Arquiteta de construções simples
Em suas pilastras
Vivo
Ardendo de afago

Aperto-te com o abraço mais casado
Mesmo esquecendo mais uma noite
Em traduzir palavras para todo esse apego

Sua decoração rústica e sincera
Deixa naquela sombra do pé
Frutos de nossa prosa
Um sentimento certo
Como um solfejo afinado
Em ritmos mais que treinados

Seus sonhos querida
De viver como o imaginado ato de nadar
Sutil em coerentes princípios cristãos
Agita meu corpo de ternura
Honrando seu papel até uma última tinta da caneta
Fazendo valer o meu encanto
Por sua alma



Outra vez,
Sinto-me o filho da santa
Um fogo cego
Um bicho sem pendor
Um cultivador ao não sagrado
Mas quando sua angústia me avassala
Torno-me vergonhoso
O bobalhão com discurso afinado
O fidalgo revolucionário de papel
Um puto de consolo literário

A mulher do cervejeiro,
Aceitara a condição de fulgor
Carregando o fado doméstico para sempre
Mesmo sabendo que existe uma rua mais iluminada
Serve vida como prato de luxo
Até o dia que sensatez desta beleza se entediar de tanta eternidade

Por sinceridade
Desculpe se meu abuso lhe causa cansaço
Sou malandro, nunca um pilantra
Havia utilizado um salto quinze
E fiquei feliz por não alcançá-la
Nem sempre se consegue inventar virtudes

Ainda em construção,
Meus olhos cumprimentaram a humildade
O balão se encheu de caprichos em sua presença
Desci daquele tamanco enorme
Ô ego.

Mesmo assim,
Ainda sei que posso lhe dar orgulho num palco
Seus olhos ainda acreditando em mim
Como se eu fosse o herói da Timbiras
O cavalinho premiado da loteria
Perfeito,
Às vezes isso me emudece e incomoda

Pois,
Queria você, ter um filho de deus
Prefiro ser apenas seu
Aclamando anonimato, a casinha lotada e a mercearia fechada
Tendo em minhas lembranças
A mais valiosa arte, não pela carne, mas por paixão
Meu sagrado diamante.

Por Bibi Serafim

3 comentários:

Diogo Rezende disse...

conheço esse diamante...

ela brilha mais q sol de domingo a tarde

Rene Serafim - "Juninho" disse...

eu também conheço...

Ericka disse...

putz Bibi, q lindo