21 setembro, 2010

Saudoso Curumim



Ainda quando rabisco de gente
Gostava de atazanar e desregrar as coisas
Inventava brincadeiras inadequadas
Afogava soldadinhos na bacia
Jogava futebol de bola de tênis
Comia rapa da massa do bolo de cenoura
Tinha uma fabrica de armas na serralheria do Serafim
Fundei a “PPP”, profissionais da profissão perigo
Mesmo ela não tendo cruzado a vida existida

Descobri como operar coquinho de sete copas
Escondia barata na boca e me guardava no armário
Aprendi a ter medo de borboleta e nunca mais esqueci
Enterrei foto no terreiro da Vó Santa pra achar no futuro
Paguei promessa por sete anos e nunca soube o motivo
Achava que 1994 era um ano eterno e fiquei triste quando teve 1995

Não entendia como meu dente podia ser tão grande e torto
Fazia xixi ao pé da arvore que nem o Jorge Tadeu em Pedra sobre Pedra
Lutava contra as ondas durante horas no mar de Ubatuba
Chorava se o Corinthians não ganhasse do Palmeiras
Acordava em pé e desentendido nas madrugadas sonâmbulas

Achava que o “Dragão” nunca iria morrer
Amei muito minha betinha de dormir
Tive meu primeiro amor por duas meninas ao mesmo tempo
E cresci achando que vender cerveja  era o único jeito no mundo de ganhar dinheiro


Por Bibi Serafim
  

Um comentário:

Isabella Ballego disse...

Mais que bela homenagem, um belo autar de versos que aumentam a medida que chegam ao fim. Como é contraditório o sentimento