16 junho, 2009

Hermético salto da mariposa

Meu lado exógeno do sistemático órgão cardiovascular
Recebera durante cinqüenta e seis meses de sua incrédula inexistência
Uma boa bela bossa dosagem de experiências meadas em clima de transmitância.
Foram estes anos datados ao coma induzido
Em pleno internato do claustrômano
Com exclusivo atendimento cristão que apalpava seu cliente pacato
Batendo nele aos chicotes, em maus tratos e acalantos do pulsante princípio de realidade.

Ao reativar meu aparelho espectrométrico
A senhorita C. ficou pasma e logo entrou na cabeça do analista psicodinâmico
E com ele fora feita a desfeita de meses em análise para bancar o aluguel de sua conduta
Perdendo assim, dias na estória dos complexos bichos da organização revoluciúncula.
Propondo à retina uma aderência forçada à ciência patognomônica
Havendo é claro, o convite para a normalização.

De fato, tive que entrar em meditação
O respaldo veio pensar junto ao desejo
Desgastando os argumentos do roteiro démodé
Bem lá pelos corredores do impulso.

Controlado delicadamente em verdadeiro caos interior
O velho romântico espatifou-se em vertentes vertiginosas
Encarando a fossa como possibilidade de princípio Erótico
Derramando leite em meio aos convidados do jantar luxuoso
Ignorou a sentença de casamento
Cancelou os aplausos familiares
E acabei sobrando
Apenas nos cochichos do manicômio.

Por Bibi Serafim

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