12 abril, 2009

Ao momento e por ela

Sinto-me bem
Olhando o balé dos vendedores
Com olhares segundos, em segundos
Secos baldes de flores se tropeçam
Como o cão que atrasa o gato
Em confiança discreta,
Secreta.
Se muito late, o baile se coloca em disputa
Trazendo em meu si, o chamado de encantaria.

Oh! Mulher maestria, meu cristal lhe vê colorido
Arrematado na minha, dolorido
Querida!
O mar esteve falando alto
Entristeceu-se em pleno show do fogo encantado
Ali se embrenhou aos prantos, logo em sua companhia.

Ao lado da missa embriagada
A pele rastafári se encontrava em repassado transe
Zunindo o atabaque de sotaque vermelho
Cheirando tato, troco e libido.
Pois, tamanha intensidade da lua
A vida ainda nos convidava para o rock
Na sagrada ilha.

Lágrimas aparentes se fizeram verdadeiras
Na Bahia, o corpo era mais que um corpo.
O enterro da ponta nos cantava por dentro
O duelo era insuportável, saudável, doído e inexistente.

Por desfeita me fiz em ódio e alegoria
No maldito sentimento do olhar
Que engasgado se expressava por dentro
Por fora, ainda era a mesma covardia.
O tartaruga marinho novamente chegou atrasado
Espancado a longas duras e ainda que dure
Me perco na sua, maldita!

Por Bibi Serafim

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